Nuno Santos, 39 anos e natural de Alcobaça, contou que ficou sem “agenda e sem concertos” por causa da covid-19 e está a aproveitar a fase de desconfinamento “para explorar um pouco mais o país”.
O músico Nuno Santos está a fazer uma volta a Portugal em bicicleta e com um violino às costas que toca nos locais mais improváveis, um projeto que idealizou depois ficar sem concertos por causa da pandemia.
“Estou neste momento a atravessar o país com o meu violino, estou a fazê-lo de bicicleta e o objetivo deste projeto é promover o álbum ‘Fado Improvável’ que lancei a 07 de março, mesmo antes da pandemia, que foi um azar”, afirmou à agência Lusa.
Antes de tudo ser cancelado, tinha oito concertos planeados, bem como alguns eventos privados. Para junho e julho tinha prevista uma expedição para escalar uma montanha no Paquistão.
“Ficou tudo em ‘stand-by’, à espera de melhores dias. Mas vi aqui uma oportunidade para fazer o que gosto, a viagem de bicicleta também não está a sair muito cara e as pessoas têm sido muito generosas”, contou.
Segue por estes dias a Estrada Nacional 2 (EN2) que o levará até ao Algarve e vai parando nas aldeias, vilas, cidades, montanhas ou rios.
O músico tem partilhado vídeos com as etapas da sua viagem, como este em baixo, que retrata a segunda etapa, entre a Praia de Mira e o Porto.
“Surgem por vezes situações caricatas, conhecem-se as pessoas e isto acaba por despertar alguma curiosidade sobre o meu trabalho e aquilo que eu faço”, referiu.
No seu último álbum faz “uma abordagem instrumental ao fado com o violino”.
O violino é precisamente o seu companheiro de viagem e, com este projeto, perspetiva fazer cerca de 1.600 quilómetros em 20 dias. Pelo caminho vai ficando em casa de familiares, amigos ou em pensões e vai fazendo contactos institucionais, como foi o caso da ida à Câmara de Vila Real.
“É um projeto que já tem alguns anos e em que o conceito é tocar violino nas maiores montanhas no mundo e a surfar as maiores ondas do mundo”, explicou.
Nuno Santos não sabe quando vai retomar a sua atividade.
“É um dia de cada vez, navega-se à vista. Enquanto músico, os tempos não estão fáceis, eu e todos os músicos enfrentamos tempos difíceis sem agendamento de concertos, sem oportunidade de fazermos o nosso trabalho. É esperar por melhores dias e, no entretanto, fazermos outros projetos como estou a fazer agora”, salientou.
Noticia adaptada do site regiaodeleiria