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quinta-feira, 7 de maio de 2020

“Os que lavam as mãos, fazem-no numa bacia de sangue”, cita Lima Duarte

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Lima Duarte lançou um video onde num discurso emotivo, recorda o falecido amigo, mostrando-se também desiludido com o rumo do seu país. “Eu te entendo, Migliaccio, porque eu, como você, sou do Teatro de Arena, com Paulo José, Chico de Assis, com o [Gianfrancesco] Guarnieri. Foi lá que aprendemos com o [Augusto] Boal que era preciso, era urgente que se pusesse o brasileiro em cena”.

“[…] A alma brasileira, você foi um mestre. Você conseguiu colocar, e eu também. Colocamos em cena o homem brasileiro. Foi linda essa viagem”, continuou. 

Lima Duarte lembra ainda os momentos difíceis que enfrentaram durante a ditadura militar (1964-1985). “Agora, quando sentimos o hálito putrefato de 64, o bafio terrível de 68, agora, 56 anos depois, […] quando eles promovem a devastação dos velhos, não podemos mais. Eu não tive a coragem que você teve”, salienta. 
“Mas espera ai meu amigo, eu vou logo. Vamos nos encontrar e contar as piadas horrorosas que você contava e o Chico de Assis apontava”

O ator termina o vídeo citando uma fala da personagem Pedro Jáqueras, na peça ‘Os Fuzis da Senhora Carrar’, de Bertolt Brecht: “Os que lavam as mãos, o fazem, numa bacia de sangue”.

Noticia adaptada e imagem do site noticiasaominuto